hemacias

O sangue corre por nossos vasos sanguíneos e circula por todo o nosso corpo, na missão de levar oxigênio e nutrientes para cada um dos tecidos que compõem o organismo. Também transporta hormônios e células de defesa, para assegurar que as funções corporais serão desempenhadas normalmente. Sua composição conta com três agentes principais: as hemácias, também conhecidas como glóbulos vermelhos, encarregadas de levar o oxigênio dos pulmões para os tecidos/o gás carbônico dos tecidos para os pulmões; os leucócitos, também conhecidos como glóbulos brancos, são as células de defesa que compõem o sistema imunológico; e, por fim, as plaquetas, responsáveis pelos processos de coagulação sanguínea.

Sejam hereditárias ou adquiridas, as doenças que acometem o sangue podem estar relacionadas com qualquer um destes três componentes sanguíneos – em todos os casos, são capazes de oferecer grande risco ao paciente, pois cada tipo de célula sanguínea desempenha uma função de extrema importância para a saúde do organismo. Se há algo de errado com o seu sangue, é preciso descobrir e tratar a patologia o mais rápido possível, para fugir das complicações severas. O ramo da medicina especializado no estudo do sangue chama-se Hematologia.

A fim de promover o diagnóstico precoce, preparamos uma lista com as doenças no sangue mais comuns e seus respectivos sintomas, para deixar todo mundo bem informado:


Anemia Falciforme
É a doença hereditária mais recorrente em todo o mundo (ambos os pais precisam ser portadores para que o filho receba o gene). Provoca deformação das hemácias (glóbulos vermelhos) que, em condições saudáveis, possuem formato bastante maleável. No sangue destes pacientes, as hemácias assumem formato de foice e ficam enrijecidas, dificultando a passagem adequada pelos vasos sanguíneos. Com a passagem dificultada, aumenta a propensão ao entupimento dos vasos, o que pode levar à necrose – estado de morte de tecidos ou órgãos, pois impede-se que o oxigênio necessário chegue a toda extensão corporal. Geralmente é diagnosticada logo no primeiro ano de vida da criança e, quando provoca sintomas, estes incluem crises de dor, inchaço nas mãos e pés, infecções frequentes e icterícia (coloração amarelada na pele e nos olhos).

Hemofilia
Também hereditária, a hemofilia é o transtorno que compromete o processo de coagulação do sangue, causando dificuldade para estancar hemorragias diante do rompimento de vasos sanguíneos. Os hemofílicos não possuem (ou possuem em quantidade insuficiente) as proteínas responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento dos tecidos do corpo, e estão propensos a perda de grande volume sanguíneo após traumas ou mesmo sem ferimentos aparentes. Existem 13 tipos diferentes de fatores de coagulação, que dão origem a diferentes classes de hemofilia – entretanto, os sangramentos costumam diminuir na fase adulta em todos os casos. Os sintomas incluem sangramento nasal, fluxo menstrual mais intenso que o normal, presença de sangue na urina e nas fezes, hematomas grandes e profundos, dor e inchaço nas articulações e hemorragias internas.

Talassemia
Este é mais um tipo de deformação nos glóbulos vermelhos. Não é contagiosa, e sim passada dos pais para os filhos, muito comum entre os povos do Mediterrâneo. Os talassêmicos possuem glóbulos vermelhos muito menores do que o normal – o que faz com que concentrem pequena quantidade de hemoglobina: proteína encontrada nas hemácias responsável pelo transporte de oxigênio para todos os tecidos do corpo. Esta deficiência de hemoglobina provoca diversos problemas funcionais no organismo – em grande parte dos casos, provoca anemia, sendo conhecida como “anemia do Mediterrâneo”. Os sintomas provocados pela talassemia envolvem déficit de crescimento, deformidades ósseas faciais, palidez, urina escura, inchaço abdominal, febres e diarreias frequentes.

Leucemia
Popularmente conhecida como “câncer do sangue”, a leucemia é uma patologia maligna que afeta a medula óssea, responsável pela produção das células sanguíneas. Provoca a multiplicação desordenada e abundante dos leucócitos (glóbulos brancos), causando os sinais e sintomas da doença. A leucemia é desencadeada por alterações genéticas adquiridas (não hereditárias) – podem ser decorrentes de exposição à radiação ou produtos químicos -, que estimulam a produção exagerada de uma mesma célula e originam o câncer. Pode ser classificada como crônica – quando as células se reproduzem num ritmo mais lento – ou aguda – quando a divisão celular é veloz, afetando células jovens e causando rápida progressão do quadro. A leucemia aguda é o tipo de câncer mais comum na infância: a cada 100 casos de câncer entre crianças, 30 são de leucemia aguda. Os sintomas envolvem palidez, sonolência, emagrecimento, aparecimento de manchas roxas ou pontos vermelhos subcutâneos, inchaço dos gânglios linfáticos, dificuldade para caminhar, dores de cabeça e vômitos. Além dos sintomas, a suspeita de leucemia se dá diante de alterações no hemograma (exame que deve ser realizado rotineiramente a cada ano).

Fonte: Agemed