Aumentar um pouco a ingestão diária de água já faz diferença para baixar o ganho calórico – especialmente quando ele vem de produtos cheios de açúcar e gordura

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Sabe aquele copinho de água que oferecem a você em situações corriqueiras, como no consultório médico, em uma loja ou no salão de beleza? Pois a decisão de tomá-lo pode fazer um bem danado à sua saúde, sobretudo se estiver de olho no peso. Foi o que concluíram cientistas da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, após analisar o padrão alimentar de aproximadamente 18 mil pessoas. De acordo com a pesquisa, acrescentar de um a três copos d’água à rotina propicia um maior controle sobre o apetite e uma redução de 68 a 205 calorias dentro do consumo diário.

Os estudiosos ainda perceberam que esse reforço na hidratação baixou, em paralelo, a ingestão de açúcar, colesterol e sódio. Para ter ideia, quem tomou três copos extras de água chegou a ver uma diminuição de 18 gramas de açúcar, 21 miligramas de colesterol e até 235 miligramas de sódio entrando no organismo – números pra lá de expressivos. Ou seja, investir mais (e mesmo que de forma modesta) na H2O não traz benefícios apenas em termos de perda de peso. Pessoas com colesterol alto e tendência a problemas cardiovasculares também saem ganhando.

É prudente ressaltar que estamos falando aqui do consumo de água pura, e não de outras bebidas, como refris e sucos. Raquel Labonia, nutricionista da WellMove Consultoria em Nutrição e Bem-Estar, na capital paulista, alerta que essas outras opções fornecem muitas calorias. Sem falar em açúcar, sódio… Ao privilegiá-las no dia a dia, portanto, é mais fácil ocorrer o efeito inverso ao que foi apontado na pesquisa americana.

Mas de onde vem esse poder de saciar da água? Ruopeng An, epidemiologista e autor do estudo, explica: “Sua ingestão faz o estômago dilatar e, assim, nos sentimos mais satisfeitos, o que aplaca o desejo por alimentos calóricos”. Isso ajuda a entender por que o consumo de açúcar caiu tanto entre quem apostou no líquido transparente. Raquel ainda lembra que frequentemente confundimos sede com fome. Por essa razão, quem está sempre hidratado tende a beliscar menos ao longo do dia – outro fator que contribui para a economia de calorias, açúcar, colesterol e por aí vai.

Apesar de o trabalho não ter avaliado em que momento as pessoas tomaram água, Ruopeng An diz que uma boa pedida é dar os goles antes das principais refeições. Ora, quem chega à frente do prato com a sensação de barriga cheia provavelmente pegará mais leve nas garfadas. O endocrinologista André Elias, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, afirma que recorrer ao líquido após a comida também tem suas vantagens. É que ele ajuda a formar o bolo alimentar, facilitando a digestão e a absorção de nutrientes. Pelo visto, aceitar aquele copinho de água despretensioso é um ato de gentileza com o próprio corpo.

Quanto beber?

Até 5 litros diários são positivos. As encrencas, como alteração nos níveis de sódio no sangue, só aparecem ao ingerir algo como 10 litros. É muita, mas muita água mesmo.

O ideal: 40 mililitros por quilo de peso corporal